13
mar
10

Aqueles que estão devendo

Alguns bons artistas andam devendo novos trabalhos, canções inéditas, inovações, enfim. Não vou mencionar aqueles que já partiram dessa para uma melhor, até porque seria um desaforo, mas tem gente que faz tempo que encostou o burrinho numa sombra e lá ficou.

Damien Rice – Último álbum de “novas” lançado em 2006 trouxe um trabalho consistente. O clima depressivo das músicas parece ter se intensificado com o passar do tempo. Além disso, fez uns bons shows quando esteve no Brasil, no início de 2009. Mas parou aí. Já tá na hora de acordar e compôr de novo.

Chico Buarque – Olha, não sei dizer quando foi a última vez em que fez um disco de inéditas, que nem nos bons tempos de ditadura militar (“bons tempos” não foi direcionado ao regime, e sim à inspiração do compositor). Ele que é disparado um dos melhores letristas brasileiros parece que perdeu o jeito com o fim da ebulição política brasileira das décadas de 60 a 80.

Los Hermanos e Foo Fighters – Resolvi colocá-los no mesmo parágrafo porque o chamado “chove e não molha” não engana mais ninguém. Ou as bandas terminaram de vez, ou ainda estão juntos. Esse papo de hiato para um possível retorno dentro de alguns anos não cola mais. Ambos estão devendo.

The Strokes – Faz uns bons anos que tenho ouvido histórias do tipo “eles já terminaram de compôr, agora vão começar a gravar. Pois é. Gravações bem longas. Mas vale uma menção honrosa para Fab Moretti e Julian Casablancas que desenvolveram bons projetos paralelos nesse período de vacas magras. Último álbum foi o First Impressions of Earth, também de 2006.

Menções honrosas: Dave Matthews Band, que ficou um bom período lançando apenas álbuns ao vivo (aliás, excelentes discos, mas enfim). Ben Harper, que mantém uma boa regularidade e a cada trabalho se supera e vai além. E, por fim, John Mayer. Há pouquíssimo tempo voltou a produzir um disco de inéditas. Devo confessar que ainda não o ouvi, mas assim que o fizer, venho postar as impressões.

11
mar
10

Dica da Locadora – Tudo Acontece em Elizabethtown

Direção de Cameron Crowe em um filme honesto. Principalmente no que tange à trilha sonora. Trata-se da história do engravatado Drew Baylor, interpretado por Orlando Bloom (Senhor dos Anéis e Piratas do Caribe) de forma convincente, que tem carreira profissional simplesmente devastada por um fracasso nas vendas de um tênis, cujo modelo foi desenvolvido durante meses de esforços. Ao ver sua obra encalhada nas prateleiras e ter de encarar um fiasco comercial, opta por dar fim a todo o seu sofrimento. Com a faca apontada para o peito, o telefone toca. Ele atende e descobre que seu pai faleceu. Lição do dia: Tudo sempre pode ficar pior.

Então, Drew embarca para a pacata cidade de Elizabethtown, no Kentucky, onde seu pai será sepultado. No caminho, conhece Claire Colburn, personagem de Kirsten Dunst (Homem-Aranha e Maria Antonieta), uma comissária de bordo por quem acaba se apaixonando. Pois é. Comédia romântica é assim mesmo. Por isso que o amor é bonito. O elenco ainda Trilha sonora boa para um filme apenas médioconta com algumas figurinhas carimbadas como Alec Baldwin, Susan Sarandon e Jessica Biel.

Mas o melhor de tudo mesmo é a trilha sonora. De primeira. Uma mistura de pop, instrumental, rock e folk. Os destaque ficam por conta do impagável Tom Petty com seus Heartbreakers, que emplacaram duas canções na película – Square One e It’ll All Work Out. Ainda é possível curtir um som mais tranquilo de Nancy Wilson, com 60b. Ou até mesmo a pegada texana de Let It Out (Let It All Hang Out), do The Hombres. Porém, o melhor de tudo é a excepcional My Father’s Gun, de Sir Elton John. Boa trilha para um filme apenas médio.

08
mar
10

Dica de Segunda – Jamie Cullum

Estou um pouco atrasado. Admito. Mas aqui vai: Jamie Cullum lançou ao final de 2009 o álbum The Pursuit. O quarto da carreira do compositor inglês. Essa última obra mostra um amadurecimento musical de Cullum. Ele está pendendo cada vez mais para o pop, mas é algo trabalhado e enraizado no bom e velho jazz.

Último disco mostra evolução musical

Aos poucos, Jamie Cullum se mostra um grande arranjador. Exemplo disso foi a nova roupagem que deu à canção Don’t Stop The Music, de Rihanna. Digamos que ele deixou a música bem passível de ser ouvida sem que se passe vergonha, ou tenha que se explicar para seus amigos.

Não foi a primeira vez em que ele fez isso. No disco Pointless Nostalgic, Cullum transformou High and Dry, do Radiohead. Como entusiasta do som de Thom Yorke e seus amigos, fiquei impressionado com o arranjo feito. Assim como também as versões de Wind Cries Mary, do Jimi Hendrix, e de Lover You Should’ve Come Over, do Jeff Buckley, em Twentysomething. Enfim.
Voltando ao The Pursuit, o característico jazz-pop feito pelo inglês ganha corpo nas excelentes Wheels e Music Is Through, que encerra de forma intensa o disco. Além delas, destacam-se You And Me Are Gone (mais baladinha) e I’m All Over It (o single do álbum). Ponto negativo fica por conta da óbvia Mixtape, que poderia abordar melhor a letra, que não é completamente desprezível. No todo, é um trabalho honesto. Vale a pena conferir.

21
set
09

Jive: a segunda chance

Era uma vez… uma garota que visitou o Jive em uma noite de sábado. Acontece que ela não gostou do que viu e do que ouviu (uma banda ruim chamada Invasores de Cérebros), resolveu dar a sua opinião, e vieram uns mocinhos muito bem educados ofendê-la. Apelar pra mãe, pro credo, pra classe, pra cor. Afinal, ela é que foi injusta deixando bem claro que só se tratava de uma inocente opinião – justo foram eles com seus belíssimos comentários.
(pra entender a história, leia você mesmo)

Beleza! Ela foi contra seus instintos mais profundos, lutou contra o bom senso e voltou à tal casa da Alameda Barros. Então aqui vai a resposta a todo o amor e carinho que recebeu dos PunK ZL ViDaLoKaMaNo – ou coisa parecida.
Neste sábado, dia 19 de setembro, o clube estava no mesmo lugar. A cerveja subiu um real (R$6,00 por latinha) e os frequentadores também estavam mudados – menos hardcore, mais caras parecendo uma versão mal encarada do Johnny Cash. A discotecagem foi meio ruim, o povo mais se importava pra imagem e pro carão do que pra música em si… E quando eu tava me preparando para ir embora, eis que surge em cena uns moços chamados Big Nitrons.

Adivinha só? Eles eram geniais. Isto mesmo, FANTÁSTICOS. Eles não jogavam cerveja na careca, eles tomavam a cerveja e, melhor ainda – davam pra galera beber. Mas antes que os carecas achem que isso já é o bastante pra conquistar o público, já vou avisando: estes moços tocam música de verdade. Mais uma vez não fui capaz de entender uma palavra da letra – e aí, povo do Jive, vocês não vão consertar isso nunca? – mas nem precisava, porque o som era BOM. Pela energia da pista, deu pra perceber que não fui a única que gostou. Uma mistura muito doida de punk rock, country, ska, blues, que dá um ‘pervert rock’n roll’ contagiante, não deixou uma única criatura parada, e desimpregnou aquela nhaca que grudou no meu corpo a respeito do punk rock.

Os Big Nitrons tavam mais preocupados em fazer música boa e se divertir junto com quem estava ali. Pra eles pouco importam os rótulos e as definições, se é atitude que falta ou não no rock’n roll. E é exatamente isso que os faz ter mais atitude do que vocês, Ariel e sua trupe. Levando a vida numa boa, os caras já conseguiram fazer até turnê no Chile, sendo que se juntaram só em 2005. Talvez é isso que falte no punk rock em geral: o desprendimento, a imaturidade, a juventude. O Invasores de Cérebros é mais experiente? Pra mim soou datado, até idoso, enquanto os Big Nitrons ganharam uma fã. Mas no fundo, tanto faz… jornalista vive no limbo mesmo. Acontece que depois de aceitar as críticas e lavar minha boca com água, sabão e detergente, eu não só posso – como vou – falar mal do tal temido, respeitado e imbecil ‘movimento’. Afinal, se o presidente do senado não conseguiu calar a imprensa, o que são estes infelizes que usam da violência para conseguir o que querem?

E a lição de hoje é: faça amor, felicidade, música boa e bebedeiras. Cresça e vire gente, porque quem se corta em palco é psicopata, e quem corta os outros é assassino. Quem fala muito pouco faz, e se vocês aplicassem tanta energia em algo útil, o mundo seria um lugar mais feliz.
Obrigada, Big Nitrons, por me mostrar que punks e não punks podem ser felizes e se respeitar.
E eu agradeço também a quem souber ser punk sem ser idiota, e quiser manter uma discussão saudável a respeito disso tudo.

28
ago
09

Pearl Jam com nova música no pedaço

notciafilipesy2

Pois é. Após um longo período de trégua a vocês, caros leitores, o RRT volta a toda com mais novidades, opiniões e dicas sobre o melhor (pelo menos o que nós achamos…) da música nacional e internacional – mais a segunda opção do que a primeira. Enfim.

Pearl Jam é uma das poucas bandas que consegue se manter no topo (não necessariamente das paradas). Desde o lançamento de Ten, no começo da última década, foram diversas obras-primas, uma atrás da outra. Até o último disco, de 2006, que carrega o nome da banda, conta com o ar político e crítico ao governo George W. Bush, nos EUA, traz diversas passagens um brilhantismo que só uma banda que sabe se reinventar pode fazer – sem, de maneira alguma, perder as raízes.

Mais uma vez poderemos conferir o trabalho do Pearl Jam, que será lançado até o fim de setembro. A primeira música, contudo, já foi disponibilizada para os entusiastas do quinteto de Seattle no MySpace. The Fixer está na web faz um tempo. Mais recentemente, na mesma página, a banda colocou à disposição dos fãs um vídeo documentário sobre as gravações de Backspacer no qual aparecem três canções do mesmo. Vamos ao que interessa: nessa semana, uma nova música caiu na rede – essa, intitulada Supersonic, assim como o vídeo de The Fixer em um momento de grandeza com os “grungeiros”. Vamos continuar aguardando o dia 21 de setembro.




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