Há dez anos formado, mas super popular há não tanto tempo assim, o trio norte-americano Gossip é uma banda que tem a energia das pistas, a simplicidade do punk, a popularidade do hype e a atitude, ah, a atituuude de Beth Ditto. Como a mistura de uma Amy Winehouse com Preta Gil, conheça a vocalista do Gossip:
Lésbica declarada, não se depila nem usa desodorante, não tem vergonha de seu peso (e de mais nada, me arrisco a dizer), vive cuspindo xingamentos ao governo, que não aceita o casamento gay, às lojas de roupas, que dificilmente projetam peças para pequenas moças de 95 quilos como ela, afirma já ter comido esquilos no Arkansas e provocou reações (positivas, negativas, vai saber) ao posar para a capa da revista New Musical Express deste jeito aqui:
Beth não é gostosa feito Shirley Manson (Garbage), mas despontou na seleção das mais sexys do ano da NME, e ganhou o ouro pela mesma revista na lista das pessoas mais fantásticas do rock. Oh God, o mundo está perdido? Não! O mundo agora é dos feinhos e, pasmem, das mulheres!! Madonna está aí para substituir o posto de estrela mais polêmica-famosa-excepcional de todos os tempos, agora que Michael Jackson finalmente descansa em paz, e cada vez mais fenômenos femininos como Susan Boyle darão o ar de sua graça. Duvida?
Na realidade, não importa. No quesito musical, digo a você que Gossip é muito bom, seja para meninos ou meninas, feinhos ou gatões. Um ritmo frenético a la Arctic Monkeys é lembrado em guitarras cheias de energia, com toques de soul, um swing que provoca espasmos involuntários no corpo, e nas românticas (Coal to Diamonds e Are you That Somebody?) é possível notar que a dona da voz gritada e esganiçada também tem coração. Com certeza você já ouviu nas pistas mais moderninhas o hit “Standing in the Way of Control”. É contagiante. É inovador. É rock, meu bem.
Ouça também…
Mallu Magalhães – com seu leãozinho na capa, seus tchubarubas, sua voz de neném, o folk, o namoro com o barbudo, o banjo. Presencie o nascimento da menina no rock, sem aquele preconceito de quem não conseguiu fazer música a vida inteira e, no fundo, inveja o sucesso da pobre coitada.
Definição: uma gracinha
Indicadas: You know you’ve got, Town of Rock’n Roll, Vanguart
Garbage – a banda que, no momento certo – e com o bateirista certo (Butch Vig produziu CDs de Smashing Pumpkins, U2 e… aquele tal de Neverminds, do Nirvana), resolveu misturar o grunge com o eletrônico para dar vida a temas como a sexualidade, as drogas, o amor, a paranóia. De letras pessoais com as quais a mulherada se identifica e muito, já arrebatou disco de platina e a participação de Dave Ghrol em “Bad Boyfriend” – precisa de mais alguma coisa para ocupar o topo dos hinos femininos?
Definição: garotos não prestam
Indicadas: Boys Wanna Fight, Cherry Lips, Why don’t you Come Over
Ladytron – o grupo tem duas vocais femininas e vestiu seu rock de electro, sua eletrônica de rock – sem vergonha. Eles também adoram o Brasil (o bateirista/tecladista/produtor da banda, Daniel Hunt, namora com uma brasileira e fez turnê abrindo os shows do Cansei de Ser Sexy), são o resultado da globalização em sua junção de dois ingleses com uma escocesa e uma búlgara, e tiveram seus hits empolgando desfiles de moda e comerciais da Levi’s. Definição: dance, dance, dance!
Indicadas: Destroy everything you touch, Playgirl, Sugar.
Pato Fu – a banda brasileira baseou seu nome na tirinha do Garfield, manteve seu visual esquisito intacto mesmo após o sucesso tão temido pelos fãs esquisitos (hit usado em novela global e topo das paradas na MTV). Mistura como ninguém a suavidade da voz de Fernanda Takai com experimentalismos futuristas e regressões ao tropicalismo (como no cover de “Ando meio Desligado”). Letras românticas e incompreendidas com um bom instrumental.
Definição: ah, me abraça, vai
Indicadas: Estudar pra quê?, Uh uh uh La la la Yeah Yeah, Eu.
Acompanhe as principais novidades do rock’n roll train também no twitter. Siga!